29 de out. de 2009

A eterna busca do ser humano por seu Criador


[Em sua interminável trajetória cósmica,o homem ainda se pergunta quem o criou e para quê. E insiste em questionar sua situação na imensidão do universo:afinal, estamos ou não sozinhos?]

Quase todas as grandes religiões e tradições, através dos tempos, tem apresentado Deus como um ser, um ente, uma realidade exógena, externa, separada de nós, e sobretudo, distante e inacessível, salvo para uma minoria, um reduzido grupo de sacerdotes, pastores, gurus e feiticeiros que, de diversas formas, detém o privilégio da exclusividade na comunicação com Ele. Esse privilégio, além de outras vantagens, tem assegurado a esse circulo tão fechado um fantástico poder sobre os mortais comuns, a plebe ignara, os fiéis, devotos e fanáticos de todos os gêneros e tipos.

Tal poder foi, muitas vezes, exercido com grande voracidade e em proveito pessoal do pastor, guru ou sacerdote. A história humana neste planeta também registra uma profusão de exemplos desse poder exercido com ferocidade contra índios, hereges, pagãos, negros, ciganos e judeus. Basta lembrar da colonização européia do Novo Mundo, quando, a pretexto de espalhar o Cristianismo, os primeiros habitantes da terra foram aprisionados, escravizados e mortos. Os ‘civilizados’ chegavam ao requinte de invocar lições e ensinamentos de doutores da Igreja para justificar a violência no convencimento, e a força para converter tantos quantos resistissem ‘à cruz’ do Salvador.

Parece conto da carochinha, mas é a mais pura verdade histórica. Eles prendiam e torturavam os índios, às vezes até a morte, para que estes, supostamente, deixassem de ser pagãos. Basta lembrar a Inquisição patrocinada pela Igreja Católica Romana, que mandou queimar na fogueira milhares de homens e mulheres que discordavam, em qualquer assunto, da Sé de Roma. Instituíram a cruz como símbolo desse maravilhoso e formidável evento e deram-lhe local de destaque nos lares cristãos e, até mesmo, nos bares e salões de jogos. No entanto o verdadeiro e real significado da vinda do Mestre Jesus ao planeta Terra é infinitamente maior, mais grandioso, mais eloqüente do que a representação que nos foi passada há gerações.

O drama do ‘ calvário’, que nos comove às lagrimas, nem de longe se compara ao que efetivamente ocorreu, desde a decisão do SER CRISTICO de encarnar na Terra. O magnífico sacrifício não foi o de deixar-se crucificar entre dois ladrões, mas o de aceitar a missão de descer, e descer muito, até o nível vibracional de um planeta ainda nos primórdios de sua evolução, onde habitavam [ainda habitam?] criaturas capazes de matar um ‘profeta do amor sem limites, da harmonia e da paz’.

O grande gesto de amor e de carinho pela humanidade terrestre, da parte de Deus-Pai, o Criador, foi o de permitir que o filho se submetesse ao incompreensível e imensurável sacrifício de deslocar-se dos mais elevados planos dos universos, com inexcedíveis níveis de vibração energética, que nem sequer concebemos, para manifestar no mundo físico da forma, no universo material, denso, embrionário e ainda no processo evolutivo.

A grandiosidade desse evento jamais poderá ser satisfatoriamente descrita, sobretudo enquanto permanecemos no mundo material, aprisionados às conceituações e às linguagens limitadas. Entretanto, quando meditamos sobre a natureza divina do ‘Mestre Jesus’, podemos, ao menos, vislumbrar pela pequena fresta aberta ao mundo das idéias o que significou uma pessoa da Trindade Divina manifestar-se em carne, osso, barba e bigode, submetendo-se aos caprichos e loucuras dos romanos e às desconfianças dos seus conterrâneos, preocupados com as leis mortas, do passado, questionando-o sobre questões menores, desligados da busca da verdade.

Bem que o ‘Mestre’ resumiu tudo muito bem ao dizer, já na cruz:”Perdoai Pai, eles não sabem o que fazem”. Até hoje continuamos sem saber, ignorantes de nós mesmos e do que nos cerca. Amanhã iremos acordar para a realidade, a presença de Deus dentro de nós, de fato, de direito e de nascença. Ao contrário dos ensinamentos anacrônicos que nos afastaram da verdade, não há um Deus guerreiro, vingativo, chefe de Exércitos, nem de inimigos a combater ou derrotar. Há um Deus de amor incondicional por todas as criaturas que criou, por isso não autorizou quem quer que seja a cometer atrocidades em Seu nome, a qualquer pretexto, sobretudo o mais cínico, o de conquistar crentes ou fiéis a chicotadas ou a ferro em brasa. DEUS NÃO TEM INIMIGOS.

Com certeza, os condutores de rebanhos não acertaram na apresentação do Deus com quem apregoam ter a comunicação direta e exclusiva. Esses porta-vozes não conseguiram sucesso na descrição da imagem desse Deus, pior ainda na explicação da sua natureza. Não lograram o êxito desejado ao falar em Seu nome, ao transmitir Seus ensinamentos, queixas e Suas reclamações contra a humanidade terrestre, e ao aplicarem penitencias e castigos em Seu nome.

A ODISSÉIA TERRESTRE
O fracasso desses ensinamentos apresenta-se inquestionável. Basta olhar a humanidade inteira, o que hoje é possível graças à televisão, que despeja diariamente em nossa casa toneladas do pior lixo produzido em qualquer parte do planeta Terra. As guerras da Chechênia, de Kosavo, do Afeganistão. A fome nos países da África e no nordeste brasileiro. Os crimes do motoboy e do jovem brasileiro que disparou, sem qualquer motivo, uma submetralhadora em um cinema de São Paulo. O massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As crianças atingidas por balas perdidas no Rio de Janeiro. Os doentes que, diariamente, morrem nas filas dos hospitais públicos, sem socorro, sem despertar qualquer providencia no poder publico. A corrupção enraizada e endêmica na administração publica, que drena grande parte dos recursos disponíveis,que quase sempre faltam para as obras sociais. Basta analisarmos a situação das escolas publicas, onde não há vagas.

Enquanto isso, ‘socialites’ provem festinhas de aniversário para suas cachorrinhas, gastando verdadeiras fortunas e tendo amplo destaque na mídia nacional, e igrejas fazem de tudo para conquistar o ‘rebanho’ de fiéis, num vale-tudo desesperado. A lista é inesgotável e alcança as mais diversas regiões do planeta, sem exceção entre os desenvolvidos e os subdesenvolvidos, entre ricos e pobres. Basta abrir a janela e olhar em volta. Decididamente não temos um belo quadro a apreciar, salvo o da natureza que, dia após dia, mesmo apesar das atitudes destrutivas do homem, insiste em brilhar aos nossos olhos. Toda essa cruel realidade arremessa-nos às garras do medo, de tudo. E isso é o que nos leva a buscar proteção contra o que é, ou parece ser, uma ameaça. Nenhum de nós quer ser abordado na rua por um semelhante que busca uma informação ou pede esmola para comprar comida. O susto é inevitável e irritante. Evitamos, a todo custo, os relacionamentos, com medo da agressão, dos pedidos, da decepção, inevitável quase sempre, porque esperamos do outro bem mais do que ele pode nos oferecer efetivamente.

Somos tristes e infelizes nesse vale de lágrimas em que nós mesmos transformamos nossa casa, a Terra, esse lindo planeta azul, que até há bem pouco tempo acreditávamos ser um imenso deposito do lixo, produzido por nós a todo instante, em toda parte. Ao mesmo tempo, dela extraímos todas as riquezas que julgávamos inesgotáveis e, por isso mesmo, esbanjáveis, desperdiçáveis, porque acreditamos no conto de que o homem é o senhor feudal da Terra, da qual tudo pode sem nada dar em troca. É como se fosse o rei da criação, esquecendo-se que “ noblesse oblige”, a realeza impõem deveres e exige grandeza na relação com seus súditos. A odisséia terrestre não pode ser considerada um modelo de sucesso.

Ao contrário, parece óbvio o fracasso em estabelecer, na Terra, entre os homens e seres da criação, a regra da felicidade, da alegria, da verdade e da justiça. Não vivemos no melhor dos mundos, com certeza. Cabe agora perquirir: Deus errou? Seu projeto fracassou ou foi mal interpretado por seus porta-vozes ao longo da história? Esse é um falso enigma, temos que reconhecer, porque o verdadeiro Deus não erra. Ele é a sabedoria infinita, atributo da Sua natureza. É verdade inquestionável. Sendo assim, quem errou foi o deus que nos ensinaram na escola, que tem sexo masculino, é bem idoso, exigente e vingativo. Um Deus seguramente inexistente com defeitos e fraquezas, que não é o Criador, a fonte primal, a origem de todas as coisas que existem no céu e na terra. É, sim, um Deus inventado para nos intimidar e punir. Um arremedo de Deus é op que os interpretes impuseram à humanidade.

E deu no que deu.É esse Criador inventado, rabugento e raivoso que fracassou, fragorosamente. Nem a ameaça do mais cruel castigo que se pode conceber, o inferno eterno alimentado de enxofre e fogo, povoado de demônios aterrorizantes e sonorizado por choro e ranger de dentes, nem esse inferno, que nos é apresentado quando mal festejamos os primeiros quatro ou cinco anos, conseguiu evitar a mentira, a inveja, o ódio, a luxuria, a hipocrisia, ou qualquer dos pecados capitais que, de sete, sete vezes sete se multiplicaram, com as modernas tecnologias de reprodução e transmissão globalizada. De nada valeram as constantes ameaças de castigo que nos atormentam desde sempre, do tipo “ não faz isso porque Deus castiga”, “Deus está vendo”, etc. As ameaças não conseguiram nos fazer mais confiáveis, mais verdadeiros, compreensivos, melhores. Tudo que essa versão personificada, masculinizada e distante de um Deus gerente e capataz, conseguiu produzir são homens e mulheres, adultos e crianças também soterrados pela culpa, acumulada e alimentada todos os dias ao acordarmos. A mesma culpa que dá medo de sr feliz, porque na concepção de um Deus vingativo, somos todos pecadores e, conseqüentemente, não merecemos a felicidade. Isso originou a ideologia do medo e da tristeza, que nos recrimina e nos intimida sempre, porque “muita alegria é sinal de tristeza depois”. Um crime contra a vida. Inventaram um Deus triste e que não gosta da alegria alheia, pois sempre dá um jeitinho de estragá-la no melhor da festa.

Freqüentemente ouvimos as pessoas dizerem:”passamos melhor do que merecemos”. Não raramente, quando as coisas estão indo bem para alguém, lhe sobrevém um sentimento ou sensação de que algo ruim vai acontecer. Isso, quando um sentimento de culpa não a aflige, porque os outros, parentes, amigos ou colegas de trabalho, não estão igualmente no melhor momento de sua vida familiar, profissional ou financeira. Este é o estigma do pecado original, que marca em brasa cada um de nós, do útero à cova. Ou, com maior exatidão, do útero materno nesta etapa terrestre até o próximo útero, em outra etapa, porque tal estigma não é destruído pelos vermes. São diversas gerações transmitindo esse vírus letal à felicidade, que é o nosso estado natural. Não é aceitável que o Criador fonte de toda a sabedoria e glória, tenha criado seres à Sua imagem e semelhança com o objetivo de povoarem a Terra e serem tristes, infelizes, sofredores e vítimas de todos os males que conhecemos e tantos outros que desconhecemos. Isso não é possível. Algo de muito importante ocorreu no meio desse caminho, que começou no Criador e chegou até nós, homens e mulheres, que povoamos e damos vida a esse lindo planeta, também criatura de Deus.

PROTAGONISTAS,NÃO FIGURANTES

Alguma coisa desandou, deu errado e acabou nesse desajuste, que transformou o paraíso terrestre nesse inferno de dor e tristeza. Deus, o verdadeiro, o Incriado, a fonte inicial, o Criador de todas as coisas não tem responsabilidade por essa bagunça em que nós, homens e mulheres, transformamos as nossas duas casas, a interior, que é nossa alma, e a exterior, o planeta que habitamos. Chegou a hora de despertar da ignorância de nós mesmos e assumir a “parte que nos cabe nesse latifúndio” de insucesso. É o momento de virarmos o jogo que nos foi imposto por doutrinas ou ideologias anacrônicas, estabelecidas no medo e responsáveis pela doença, tristeza e infelicidade. Temos que refazer nossa ligação direta,s em intermediários, com o verdadeiro deus, que habita em nós. Esta é a única estratégia que transmutará o fracasso em sucesso, a tristeza em felicidade, os pobres filhos de Eva em filhos de Deus-Pai.

A essência divina, que é a nossa origem, nos assegurou muitos atributos e correspondentes responsabilidades. Desses atributos, um dos mais importantes para a perfeita compreensão de quem realmente somos, e o eu estamos fazendo aqui, é o livre-arbítrio. Ele não nos foi dado como prêmio ou benesse, como pensam alguns, mas como herança do Criador, porque fomos feitos à sua imagem e semelhança. É esse atributo que nos permite agir com responsabilidade, participando do processo da criação, da qual nossa existência é parte integrante e indivisível. A cada dia estamos criando alguma coisa que ajuda a compor o imenso mosaico da criação, que é eterno e ininterrupto. Não é sem razão o ditado de que “a cada hora Deus melhora”. A criação melhora.

Todos nós, ao escolher este ou aquele caminho, ao fazer ou não algo, ao acreditar ou duvidar, enfim, cada ação ou omissão nossa libera energia igual e contrária, da mesma intensidade. É a Lei da Causa e Efeito, a irmã gêmea do livre-arbítrio. Pois bem, o conceito equivocado sobre a natureza de Deus, além de tantos outros malefícios que provoca, é incompatível com essa lei universal, porque transfere para Ele toda a responsabilidade por nossas ações, como se fôssemos meros robôs, simples marionetes nas mãos de um destino arbitrário, que nos tira o poder de decidir sobre os nossos próprios atos, de participarmos do processo contínuo da criação.

Nenhum mérito haveria se assim fosse. Não adianta nos esconder atrás de uma falsa humildade que apregoa “ se Deus quiser”, para tudo por fazer, ou “Deus não quis”, para nossos insucessos, numa renúncia irresponsável a esse maravilhoso dom de Deus, o de governar a própria sina, de escrever a própria história. Desse atributo e sua conseqüente responsabilidade haveremos de prestar contas nas sucessivas etapas do nosso processo de evolução. Não se trata, portanto, de uma simples faculdade da qual podemos abrir mão, ou a ele renunciar, ao nosso talante. A vida exige a nossa participação diária e efetiva. Não é permitido esconder-se na ribalta. De tantas verdades que tenho conhecido, no estudo e, sobretudo, no convívio com inteligências de outras dimensões, a mais constante é o respeito ao livre-arbítrio do homem terrestre. Para mim, essa é a grande referência na avaliação dessas inteligências em seu contato conosco. Recuso-me a dar crédito a qualquer manifestação de inteligência extradimensional, quer seja extra ou intraterrena, que dê ordens e tende nos obrigar a isso ou aquilo, que não respeite a vontade de qualquer um de nós, mesmo em erro. A quem se depare com alguns desses ‘mandões’ aconselho cautela, porque ele está descumprindo uma lei universal, o direito natural de cada um de nós, santo ou pecador.

Nem o verdadeiro Deus desrespeita a vontade de sua criatura. Isso seria a violação de uma lei criada por Ele mesmo.

O desconhecimento do direito de nascença, herança legitima do Pai e Criador, leva o homem terrestre a cair perplexo, abobalhado diante dos acontecimentos da sua própria vida e dos seus semelhantes, interrogando-se acerca das suas causas, confessando sua ignorância a si próprio ou ao seu pastor ou sacerdote, cujas respostas, na imensa maioria das vezes, não são satisfatórias, pois insistem em atribuir a Deus, e somente a Ele, a responsabilidade pelas catástrofes e tragédias, o que não satisfaz à razão e ao bom senso. Tudo porque o homem acredita na mentira da sua exclusão, da não participação no processo diário da criação, pois crê na mentira de um Deus isolado, que governa sozinho, despoticamente. Dentro desse conceito, jamais encontrará respostas às perguntas que o atormentam. Irá render-se ao mais cruel fatalismo ou à mais radical incredulidade. De acordo com esse paradigma equivocado sobre Deus, Sua natureza, e nosso papel dentro dela, nunca saberemos por que ocorrem as grandes tragédias da humanidade, por que tantas pessoas morrem de fome todos os dias em qualquer parte do planeta, enquanto outras milhares desperdiçam tudo, porque tanta dor e injustiça. Tudo é e continuará sendo um grande enigma enquanto continuarmos na ignorância.

A solução é a convicção de que somos, efetivamente, participantes do processo da criação, que é diário, não tem fim nem interrupção, e que nossas ações e omissões criam a todo momento os acontecimentos planetários individuais e coletivos, sejam tragédias ou milagres. Necessitamos, com a máxima urgência, romper com falsos e anacrônicos paradigmas, que nos contra-põem a Deus e nos distanciam cada vez mais da fonte de toda a vida, a pretexto de reverenciá-lo ou adorá-lo. Nosso Pai não quer devoção nem contrição de ninguém, porque não necessita disso. Ele conta, isso sim, com o nosso acendrado amor ao semelhante e a todas as Suas criaturas, manifestando esse amor por atos de solidariedade e perdão. Assim agindo, estaremos atendendo ao Seu desígnio. O Próprio “Jesus” disse, em nome do Pai, que tudo aquilo que fizerdes à menor das Suas criaturas a Ele estaria fazendo, e recomendou que amássemos o próximo como a nós mesmos. Mas apesar de amarmos nosso Pai, devemos ter em mente que a devoção extremada pode fabricar fanáticos. A nossa ligação direta com Deus depende do nosso amor ao próximo e a todas as criaturas, o que nos faz participar da criação conscientemente. Para isso existimos.

Em minha terra natal, uma senhora de bom nível intelectual, esposa de um grande amigo, questionou-me duma feita, dizendo que não pedia nada a Deus porque Ele, se é onisciente e onipotente, conhece melhor que nós o que necessitamos. Não precisava de pedidos ou explicações. Estarreci-me na época, seminarista católico que era. Hoje, no entanto, reconheço o acerto da sua afirmação dentro desse conceito equivocado da natureza da divindade, que nos foi imposto através de gerações, que ela não conseguia, com inteira razão, entender as preces e pedidos. Se Deus fosse uma pessoa, existisse desligado de nós e estivesse inacessível e distante, habitando as alturas, sua onisciência e onipotência não precisariam, realmente, de nossas preces e apelos para agir, mesmo em nosso favor. Sem a nossa participação no filme da vida, sem sermos coadjuvantes e protagonistas ao mesmo tempo, não teriam sentido as nossas súplicas e queixas, dirigidas a quem conhece tudo, de todos, a todo instante, em toda parte. Seria um despropósito, um desperdício de energia, um terrível faz-de-conta, ou esse Deus seria também sádico, exigindo de cada um de nós que se esgoelasse em pedir, suplicar, sem necessidade. Não consigo entender um Deus que aprecie os pagadores de promessa maltratando-se, sacrificando-se numa solerte tentativa de chantageá-lo em busca de um evento ou resultado, muitas vezes, absolutamente em desacordo com as leis universais que Ele institui e faz cumprir.

Como ninguém desconhece o valor da prece e do pedido que o Mestre Jesus tanto estimulou em seus ensinamentos, assegurando realmente a certeza do atendimento,não podemos aceitar a figura do Deus personalizado, zangado e capataz, imiscuindo-se em cada ação nossa por uma manifestação unilateral da Sua vontade. Deus não pode ser convencido por nós de coisa alguma, posto que, além de saber tudo, a todo instante, não pode estar sujeito aos nossos interesses e humores. Rezar, orar, pedir, suplicar tem grande valor e sentido, sim, quando nos dirigimos a um Deus próximo, conectado, vibrante e sensível às nossas emoções e sentimentos, interno, do qual somos parte hologramáticas, não separadas ou dissociadas. Nossas orações, rezas e apelos, quando feitos com força e convicção, são o ‘gatilho’ que ativa e reativa o nosso campo vibratório, religando-nos com a fonte da vida, o Criador, de quem provém toda a energia que necessitamos, a todo instante, para realizar o que queremos. Está aqui o “pedi e recebereis”.

Saber pedir é fazer essa conexão com a fonte da vida, que não está distante, mas dentro de cada um de nós, permanentemente disponível para quem a procura e canaliza o seu manancial inesgotável. Esse é o verdadeiro poder da fé da oração. Esse poder é o mesmo que remove montanhas, opera cura de males incuráveis, os chamados milagres, e disponibiliza o universo a nosso favor, a qualquer hora, em qualquer circunstancia, trivial ou de maior gravidade. Todos nós, sem exceção, dispomos da força, tão glorificada na série “Guerras nas Estrelas”. Essa força é a energia do Deus-Pai, que dá vida a toda a criação e está em nosso interior, latente, a ponto de ser ativada por nossa consciência, para nosso uso. Existem vários exercícios que ajudam a ativar esse campo energético, ou de proteção, que assegura à pessoa um especial desempenho em suas atividades e nos relacionamentos. Existem pessoas já bastante treinadas que se utilizam desse mecanismo natural, não apenas para sua proteção, como também para desfrutar de uma vida menos complicada pelos pequenos aborrecimentos do cotidiano, que terminam por comprometer nosso humor.

POR QUE DEVEMOS MELHORAR?
As praticas religiosas ou espirituais adotadas pelo homem, do oriente ou ocidente, seja ele islâmico, muçulmano, budista ou cristão, ao longo de sua história no planeta, só se justificam com a exclusão desse conceito errôneo de um Deus distante e mandão. Se todas as causas, efeitos e absolutamente tudo resultasse da vontade exclusiva e despótica desse Deus fora de nós, por que o homem buscaria meios de auto-aperfeiçoamento? Para barganhar com Deus ou tentar enganá-lo? De que valeria a prática do Yoga, da meditação, do Shiatsu, do Reiki, da Cromoterapia, da Aromoterapia, de uma vida dedicada à ajuda ao próximo, entre outras coisa, se tudo terminasse na vontade arbitrária e insondável desse Deus distante, difícil de agradar? Seriam meros exercícios, sem valor algum, ou tentativas de negociar com Deus esse ou aquele resultado desejado. Todas essas práticas e muitas outras, do oriente e ocidente, para variadas crenças, gostos e temperamentos, têm a sua valia, pois possibilitam o auto-crescimento, o desenvolvimento e o despertar à Iluminação do Ser Humano. Com que objetivo? Possivelmente para conectar-se com a fonte primal, a origem de toda a vida, o eu divino e interno.

Ao propiciar o realinhamento dos vórtices de energia situados em nossos corpos, os chakras, restabelecendo a harmonia entre esses diversos corpos, nos variados planos, tais práticas permitem a RELIGAÇÃO com o EU SUPERIOR ou DIVINO, nosso CRISTO INTERNO, cuja Luz brilha com maior ou menor intensidade na medida da nossa consciência dessa realidade. Na medida da nossa certeza do Deus dentro de nós, da nosso origem divina. Não são exercícios ou práticas voltadas para fora, mas para o interior do ser em busca da sua totalidade, que também é chamada de Deus, Criador, Pai eterno. O conceito errado acerca da natureza de Deus, mantendo-o fora de nós, distante, individualizado e despótico, desvaloriza todas as práticas e exercícios espirituais, como se fossem moedas de troca com o Criador. Durante essas práticas, exercite a consciência de estar buscando a conexão direta com o Deus que habita em você.

FILHOS DE DEUS SIM SENHOR!
Realmente, fomos criados à imagem e semelhança do Criador, de quem saímos, um dia, puros e inconscientes, ou seja, sem experiência no mundo manifestado, e a quem retornaremos um dia, infalivelmente, puros e conscientes depois de vividas múltiplas e variadas experiências no universo da forma, o mundo físico. Somos partes da divindade. Nela, e com ela, vivemos todas as nossas experiências, positivas ou menos positivas, todas, sem exceção de uma única, porque o Criador abarca toda a sua Criação e nada lhe escapa. Deus está dentro de nós, e isso não é uma simples figura de retórica ou um reforço de expressão. Assim como não o é a afirmação de que à Sua imagem e semelhança fomos feitos. Deus está na Terra por nossa causa. O propósito de Deus na Terra é o homem, e basta esta razão para aferirmos a extraordinária importância de cada um de nós no plano da criação, no papel que nela desempenhamos, tenhamos ou não consciência disso agora. Isso é uma verdade absoluta, que várias estruturas de poder temporal e espiritual impediram que acreditássemos com tal. Enfatizaram, é verdade o sentido figurado, a representação, como aliás fizeram também em relação a outras verdades, que foram realmente transmitidas, mas desfiguradas de seu conteúdo e da sua força, a exemplo da mensagem do Cristo Jesus e do seu próprio sacrifício, calvário e crucificação.

Até certo ponto, é compreensível que as doutrinas religiosas que fizeram a história do homem no planeta, desde priscas eras de grande barbárie, e mesmo até à Idade Média, de exacerbado individualismo opressor dos semelhantes despossuídos de riqueza material, tenham buscado contrapor a esse poder individual dos senhores feudais o poder espiritual limitador daquela opressão, que dava aos nobres decisão sobre a vida e a morte de seus vassalos. Mesmo porque o clero estaria a salvo, detentor que era desse outro poder. Para tanto, essas doutrinas cuidaram de diminuir, de apequenar, de amesquinhar mesmo a natureza humana, o homem e, sobretudo, a mulher, considerada a personificação do mal ou do Diabo.

Não satisfeitos em realçar a grandeza do Criador, a Sua majestade e Seu poder, que a tudo e a todos se sobrepõe, os pregadores da fé não pouparam os piores ápodos às criaturas de Deus, todos filhos do pecado e, por isso, pecadores, fornicadores, assassinos, ingratos, filhos de Eva, condenados a chorar e a gemer neste vale de lágrimas, a Terra. Abastardaram o homem, apequenaram-no, tornaram-no filho ilegítimo de Deus, que deveria, certamente, estar profundamente arrependido de tê-lo criado – imaginem - a sua imagem e semelhança. De geração em geração, de catecismo em catecismo, adquirimos um triste e pérfido conceito acerca de nós mesmos com a aquisição, não menos triste nem menos pérfida de um brutal sentimento de culpa, que nos persegue desde o berço e nos faz tristes e infelizes, sem brilho, nem fulgor. E o que é pior, essa doutrina aniquiladora da verdadeira natureza do homem não conseguiu fazê-lo melhorar, nem com Deus, nem com o seu semelhante, muito menos com a sua própria vida, porque nada, nenhum conceito ou ideologia fincada no medo consegue criar algo de valioso e verdadeiro. Só o amor pode participar do processo da criação.

Quando nos referimos a nós mesmos como criaturas de barro, feitas de pó, ao qual haveremos de voltar, pecadoras e indignas do Pai que nos criou, em nada estamos contribuindo para melhorar nosso progresso espiritual, nem para nos aproximar de Deus. Confundir a nossa massa de músculos e nervos com a nossa essência e espírito, que são divinos, é método seguro e eficaz para nos determos na ignorância de nós mesmos, perplexos e abobalhados diante da criação, omissos de nossa participação no papel, que é nosso, de nascença e de direito. Essa maravilhosa verdade nos foi ocultada, ou pelo menos camuflada, ao longa da história. As doutrinas religiosas ‘esqueceram-se’ de enfatizar a nossa verdadeira origem e, sobretudo a necessidade de retomarmos o contato direto com essa fonte. As magníficas lições do Mestre Jesus, o CRISTO encarnado, sofreram igual tratamento, como apropriadamente escreveu Ken Carey em As Transmissões da Estrela Semente:

=> “Um verdadeira bomba para os governos que ocupavam o poder. As forças involutivas sabiam que se as pessoas começassem a agir com base na informação que eles [os Evangelhos]continham, sua influencia teria fim. Formularam, então, um engenhoso plano para usar o próprio poder dessa informação e impedir que fossem aplicadas. Organizaram uma vasta estrutura burocrática em torno dos ensinamentos singelos de Jesus. Mobilizaram milhares de interpretes oficiais e os enviaram às multidões, para enfadá-las, confundi-las e nelas criar preconceitos contra a mensagem do Cristo. Não importa ao mal que se adore superficialmente o Cristo, contanto que se continue a adorar de fato as posses materiais. Não importa ao mal que se dê ouvidos aos ensinamentos de Jesus, contanto que não os ponha em prática. A grande manobra para nos distrair e nos afastar da mensagem de Cristo é enfatizar o mensageiro e a mecânica da mensagem, desconsiderando a substancia daquilo que é ensinado. A grande chamada para assumirmos a responsabilidade pessoal e implementarmos os ensinamentos de Cristo na vida cotidiana ficou perdida na adoração do crucifixo e das escrituras. A mensagem de Jesus foi enterrada sob uma massa de palavreado religioso e de interpretação dogmática”.

Outro expressivo exemplo dessa manipulação e distorção dos ensinamentos bíblicos é o maior evento da historia da humanidade: o próprio sacrifício do Mestre Jesus, o Cristo. As mesmas forças involutivas, diante da impossibilidade de ocultar tal acontecimento, que estabeleceu um novo marco na trajetória do homem neste planeta, conseguiram reduzi-lo à caminhada pela via sacra, à coroa de espinhos e à crucificação entre o bom e mau ladrão.

RELEBRANDO NOSSA ORIGEM
O momento da humanidade terrestre é o de despertar e relembrar a sua verdadeira origem. A unanimidade das informações e ensinamentos que estão chegando até nós, através de seres de maior evolução na hierarquia espiritual, afirma que se impõe uma mudança de paradigma para o homem e a mulher desse novo milênio. O novo paradigma é o despertar do encanto da matéria enquanto ainda retemos as formas humanas, reunidas em torno de nós próprios durante nossa descida para este mundo físico, e retomar a consciência da nossa origem. Esse novo paradigma permitirá uma era de entendimento e colaboração entre nós, homens e mulheres da Terra, que por sua vez será beneficiada com um grande aceleramento vibracional, capaz de assegurar que a sua luz volte a brilhar no universo, o que neste momento não acontece, face às sucessivas camadas de lixo energético que a mantém opaca e pouco receptiva ao fluxo de energia vital que vem, com abundancia, desse cosmos. Isso passa pela conscientização da nossa verdadeira origem e da nossa tarefa planetária, porque o propósito de Deus na Terra é o homem. É através e dentro dele, que o Pai opera no planeta, criando, dando vida e evoluindo, pois não é estático, nem morno, tampouco está sentado em trono algum. Deus não está na Terra para ser confinado em conceitos reverentes ou devocionais, e muito menos para ser sombrio ou soturno, mas para dançar, cantar, sentir prazer em tudo que criou.

E como faz isso? Através de nós, homem, mulher, criancinha, passarinho, borboleta, planta, flor, macaco, leão, cão, gato, rios,mares, pedras e rochedos. Enfim, em tudo que compõe o maravilhoso cenário que Ele criou conosco para a evolução e o deleite Seu e de suas criaturas, nós e tudo que nossos olhos vêem. Deus está presente em cada átomo, em cada partícula subatômica, pulsando, oscilando entre as duas faces da realidade, a manifestada, ou da forma, e a imanifestada. A chave para a entrada no novo milênio, quando estará ruindo o mito do Deus isolado e distante, sujeito às nossas chantagens, vingativo e solitário no governo da criação, será a retomada da consciência do Deus que habita dentro de nós e o restabelecimento da ligação ON LINE com Ele, que foi interrompida num passado distante na poeira do tempo.

De fato, o reino de Deus está dentro de cada um de nós, e não em outra dimensão inacessível ou nas construções de cimento e madeira, feitas na tentativa de enclausurá-lo, a pretexto de adorá-lo. Dele nos distanciamos, é verdade, mas nunca nos desligamos efetivamente. O que perdemos, infelizmente, foi a consciência dessa ligação, que precisamos urgentemente retomar, readquirindo a certeza de que somos protagonistas e coadjuvantes, às vezes, no teatro da criação. Simples figurantes, nunca. Isso seria um piada de mau gosto do Onipotente, que a razão e o bom sendo repudiam. As mensagens canalizadas em várias partes da orbe terrestre, originárias de inteligências extraterrestres ou exobiológicas, enfatizam a necessidade desse despertar. As múltiplas missões desses irmãos mais evoluídos, tecnológica e espiritualmente, identificam-se como de ajuda à humanidade, para que alcance esse objetivo vital ao homem, ao planeta e a todo o universo, do qual fazemos parte.

ORA, SE DEUS QUISER ...
Essa expressão deve ser evitada, principalmente se esconde a intenção ou desejo, ainda que recôndito ou dissimulado, de transferir para o Criador a responsabilidade pelo resultado de determinado projeto ou ação nossa, ou de qualquer evento. Dentro das leis de funcionamento do universo, fixadas por Ele próprio, a toda ação corresponde uma outra igual e contrária, da mesma intensidade. Equivale dizer que Deus não interfere despoticamente, a todo instante, em nossa vida, para que alcancemos tal ou qual resultado, quase sempre muito conveniente aos nossos desejos e anseios, mas sem a devida contrapartida no mundo da verdade e solidariedade. A todo instante, pedimos essa “ajudinha” a Deus, contra os desejos ou anseios, ou contra o que é melhor para o nosso semelhante. Queremos ganhar sempre, contra tudo e todos, se necessário. A Lei da Causa e Efeito, esta sim, é a responsável pelo eventos bons e maus em nossa vida, sem exceção. Ela, como tantas outras leis universais, é obra do Criador, é verdade, e por essa razão Ele a respeita, a cumpre e a faz cumprir. Não a descumpre, como tantas vezes desejamos, quando pedimos, com toda a força de nossa alma, um resultado, um efeito, uma conseqüência, em completa dissonância com a ação ou causa que lhe deu origem, lá atrás, num passado mais ou menos distante e esquecido. Não devemos desejar, muito menos esperar, que uma má semente dê bons frutos. A uma má ação, ou omissão, corresponderá, infalivelmente, uma reação igual ou contrária, de mesma intensidade. Essa lei é irrevogável e imutável. A Deus, nosso Criador, podemos e devemos, sim, pedir misericórdia e compaixão, para que os efeitos dessa Sua lei sejam minorados, nos limites das nossas forças. Os nossos pedidos certamente podem alterar a aplicação da lei, mas nunca revogá-la. De acordo com outra lei universal, a do livre-arbítrio, temos a capacidade de, através de nossas ações, obter a suspensão da pena. Isso é a misericórdia divina. Ele dá o frio conforme o cobertor, sempre.

No inicio de tudo, antes da criação dos universos manifestados, materiais ou físicos, como vemos hoje, Deus conteve todas as coisas e criaturas, em estado potencial e, em outro momento, nele manifestaram-se na forma e matéria. O homem também estava contido em Deus, mas não com sentido de individualidade restritiva, e sim em essência, real. Nesse estado, era chamado a cumprir suas tarefas ou missões nos universos não físicos, quando então assumia um sentido de identidade própria, com características especificas para relacionar-se no desempenho de determinada tarefa ou missão dada pelo Incriado, a quem retornava, invariavelmente, após cumprida a sua tarefa, desvestindo-se de sua identidade na forma e retomando o estado potencial em Seu seio, onde permanecia até que nova tarefa ou missão lhe fosse confiada.

QUEDA OU ESCORREGÃO?
Para melhor compreensão desse estado inicial, em que somos um com o Criador, o norte-americano KEN CAREY, em seu notável e já citado livro “As transmissões da Estrela Semente”, recorre a duas expressões de uso dos indígenas norte-americanos, que são de grande ajuda. Segundo ele, no inicio, nós existimos no “nagual”, interpretado como “tudo que não tem nome”. É o tudo, o nada, todas as coisas, o vazio primal onde tudo existe em estado potencial. É o criador que envolve a criação como o mar envolve o peixe. Desse ”nagual” éramos chamados a sair e viver durante um relacionamento em seu oposto, “o tonal”, que é tudo que tem nome. É o mundo imaginário de Deus, no qual existem todas as diferenças aparentes. Ainda segundo Carey, esse mundo físico manifesto tira todo o seu sustento do “nagual”, do qual não pode separar-se, e que é um estado de repouso dinâmico, porém constante, enquanto o “tonal”, ou universo físico, está continuamente ligando e desligando, como ocorre na mais ínfima partícula subatômica e na maior das galáxias.

Todo o universo, homens, anjos, tudo que tem nome, toma forma apenas metade do tempo. Na outra metade, tudo existe na totalidade do Ser, chamada também de Deus-Pai. Dele recebemos toda a energia, o alimento e as bênçãos que necessitamos para viver. Desse estado, digamos, de bem-aventurança, de permanente e direta ligação com Deus-Pai, nós levamos uma grande queda. Mas no que consistiu, afinal, esse episódio, que quase todas as tradições religiosas registram e ao qual atribuem nossas desditas e revezes? A queda foi a perda da consciência do processo de abastecimento permanente do homem, diretamente em Deus-Pai, de toda a energia e de todo o alimento. Após a queda, o processo não se interrompeu, nem será nunca interrompido, mas não participamos conscientemente nem diretamente dele.

Nós continuamos sendo supridos pelo “nagual”, por Deus-Pai, mas não diretamente, e sim através dos alimentos vegetais, minerais ou animais. Isso porque a queda nos tirou a habilidade de oscilar conscientemente entre as duas realidades em que vivemos, limitando-nos à consciência do mundo material. Uma conseqüência nefasta desse episódio é que o homem tornou-se inconsciente do ser e consciente apenas da forma que o reveste, porque desaprendeu a DESLOCAR SUA CONSCIENCIA DA REALIDADE FISICA PARA A NÃO FISICA, do mundo da forma para a metaforma, da sua identidade para o Deus-Pai. Por que e como ocorreu essa tragédia, se até então tudo corria bem? O homem perdeu a confiança na perfeição do projeto do Criador e, por isso, deixou de confiar apenas Nele, como confiava até então.

Mas Deus está presente em cada átomo, em cada partícula subatômica, pulsando, oscilando entre as duas faces da realidade. A chave para a entrada consciente no novo milênio, quando ruirá o mito do Deus isolado e distante é a retomada da consciência do Deus que habita dentro de nós e o restabelecimento da ligação direta com Ele. As mensagens canalizadas, originárias de inteligências extraterrestres ou exobiológicas, enfatizam a necessidade desse despertar. As múltiplas missões desses irmãos mais evoluídos, tecnológica e espiritualmente, identificam-se como de ajuda à humanidade. Merecem referencias as mensagens oriundas do COMANDO ASHTAR SHERAN, através do Centro de Estudos Exobiológicos, Asthar Sheran [CEE-AS], em Salvador, Bahia, as canalizadas por BÁRBARA MARCENIAK, em MENSAGEIROS DO AMANHECER, as canalizadas por KHEN CAREY, no espetacular AS TRANSMISSÕES DA ESTRELA SEMENTE. Precisamos nos libertar, hoje e agora, desse processo engavetado nos cartórios da nossa memória coletiva, que nos impede de ir e vir livremente pelas terras distantes e alçar vôos mais altos.

Afinal, não nascemos para o pecado e nem somos filhos de pecado algum, mas de Deus-Pai, cuja presença em ação na Terra somos nós, feitos, não de barro nem de pó, mas da Sua essência, à Sua imagem e semelhança. A partir de hoje, vamos professar firmemente que não tomamos queda alguma, mas demos um simples ‘escorregão’, que nos levou ao chão, é verdade, mas não nos quebrou, nem nos destruiu, porque somos criaturas de Deus, perfeitas. A partir de hoje, vamos procurar a nossa fonte interior de luz divina, situada no lado esquerdo do peito, canalizando seu manancial inesgotável para suprir a nossa vida, que precisa voltar ao estado original de graça, sem doença, dor, fome, sofrimento ou pecado. A partir de hoje vamos repetir, a todo instante, em casa, no carro, no escritório, no estádio, onde estivermos:”Eu não sou prisioneiro de queda alguma. Sou livre. Eu acordei hoje para a Luz, para o Amor e para o Perdão.”

MÃE TERRA, IRMÃO SOL, IRMÃ LUA
O bem-amado São Francisco de Assis, canonizado pela Igreja Romana, foi aqui na Terra um modelo exemplar de filho de Deus, que após tantas e variadas experiências afastado do Pai, a Ele retornou, rompendo com velhas estruturas, que o aprisionavam, para realizar um trabalho e legar uma obra espiritual e social que os séculos não destruíram. Seguramente, o bem que plantou foi infinitamente mais frondoso que os erros e deslizes que antecederam a sua descoberta de Deus e a conexão direta com Ele. Assis foi compassivo por excelência, e essa compaixão o tornou capaz de falar com Deus, com os animais, com as plantas e com a Terra, o Sol, Alua, e a chuva. De todas as criaturas dizia-se irmão e assim as tratava. Mãe Terra, irmão Sol, irmã Lua. Esse tratamento não decorria de uma atitude piedosa, muito menos de uma postura piegas, longe disso. O amor e a compaixão em Francisco eram virtudes positivas, no sentido de convicção e ação. Daí, porque acreditamos que ele tinha perfeita consciência e certeza de que todas as criaturas, sem exceção de nenhuma, são filhas do mesmo Deus-Pai, dotadas de uma única essência, que as credencia ao papel de irmãs na obra da criação, diferenciando-se apenas na identidade da forma, no nível de consciência que cada uma apresenta, no seu particular estágio de evolução.

E sendo irmãos, a eles dispensemos o sentimento e o tratamento de irmãos. O pensamento ecológico e a inspiração divina para a humanidade do século XX conseguiram dissipar a ignorância mais robusta, que através de gerações permitia considerar o planeta como alguma coisa sem vida, que somente servia de morada para o homem, que, não obstante, tratava-o como um imenso deposito do lixo. Felizmente, já se disseminou terra afora a consciência de preservação de seus recursos naturais, que exigem ações governamentais efetivas. Essa mudança de consciência, louvável sob todos os aspectos, deve constituir o primeiro passo para uma compreensão mais abrangente do que é realmente a terra que pisamos, da qual recebemos toda a energia, a força e a luz indispensáveis à nossa vida. Não há um único corpo, manifestado no universo da forma, nos vários planos da criação, que não tenha sido precedido de uma decisão, para tanto, de um Ser consciente.

“Natureza morta” é uma infeliz expressão que não reflete a realidade do processo da criação, onde tudo e todos tem vida, admitindo-se apenas variados níveis de consciência entre todas as coisas e criaturas, que as fazem parecer diversas e isoladas no mundo fenomênico ou sensível aos cinco sentidos. Apesar das aparentes diferenças, que impressionam nossa visão e o tato, a vida pulsa e vibra num cristal de rocha, como pulsa e canta num beija-flor, numa rosa orvalhada, nas águas de um rio, como numa frondosa mangueira no quintal de casa. Estamos envoltos no oceano da vida, como peixes, e nele encontramos todos os nutrientes que nos deixam vivos, saudáveis e felizes. É um oceano de energia, dinâmica, vibrante, incessante, que interpenetra todos os nossos circuitos, em corrente contínua, e que nos mantém ligados e brilhantes. Essa mesma energia nos foi fornecida, sem cortes nem interrupções, mesmo quando atrasamos o pagamento da conta, isto é, mesmo quando dela não temos consciência, fingimos ignorá-la ou a desperdiçamos, atentando contra a própria saúde, pelas mais variadas formas.

Essa energia gera a fonte primal, aa origem, o Criador, Incriado, o Deus-Pai, nosso Deus, que é ela própria. Como energia, após gerada, é transmitida à toda a criação e distribuída através das estações rebaixadoras – os planos ou níveis da criação – e dos transformadores que modulam a freqüência que cada um de nós pode suportar. A energia não é boa nem má em sua origem, porque em Deus-Pai, nada existe que não seja perfeição absoluta, que exclui a conceituação polarizada de bem e mal, bom e ruim. Ao passar pelo “transformador” de cada criatura consciente, aí sim, essa energia perfeita, pura e total pode encontrar alguns desgastes nos cabos condutores, que dificultam a sua passagem, retardando-a ou, em casos mais sérios, impedindo-a de chegar a todos os ‘pontos’ do corpo dessa criatura. Os desgastes, maiores ou menores, são os espíritos malignos, assim entendidos todos os sentimentos ou emoções de baixa freqüência vibratória que permitimos que habitem nossa casa, nosso corpo, como o ódio, a mágoa, o ressentimento, a vingança, a culpa, a inveja, o ciúme, etc.

Ao retardar o fluxo contínuo de energia, os pequenos desgastes da fiação causam mau funcionamento do ‘ponto’, de determinado órgão, que adoece. Persistindo o desgaste, ele termina por impedir, totalmente, que a energia chegue até aquele órgão, causando-lhe a morte. A doença é causada pela dificuldade, ou interrupção, no fluxo de energia que nos mantém saudáveis. Daí é possível inferir que o mal e suas manifestações, a doença, a dor e o sofrimento, não passam de ausência de energia. Não tem existência real nem são obra do Criador. O que habitualmente chamamos de energia ruim é a sua ausência ou negação. Quando os magos ou feiticeiros atentam contra a vida ou integridade de alguém, desejando-lhe o mal, outra coisa não fazem senão tentar interromper o fluxo energético para aquela pessoa, como um todo, ou para determinado órgão do seu corpo físico ou mental, na expectativa que lhe advenham dificuldades, ou sobrevenha a doença ou morte física.

MANIPULAÇÃO DE ENERGIAS VITAIS
O homem é quem manipula a energia e a utiliza para o bem ou para o mal, para si ou seu semelhante. Vale ressaltar que o mau uso da energia contra um semelhante é o pior erro [pecado] que o homem pode cometer, do qual lhe advirá inenarráveis conseqüências cármicas. Muitos de nós, cujo sofrimento compadece a todos e parece inexplicável, resgatam o gravíssimo erro desse mau uso da energia vital, em encarnações anteriores. Esse é o pecado contra o Criador, que é a própria vida de que falam os Livros Sagrados. Se todas as criaturas, da partícula do átomo à maior das galáxias, existem nesse oceano de energia, que tudo envolve e nada lhe escapa, e que é a própria vida, quem pode duvidar que a nossa mãe Terra, que o nosso irmão Sol, que a nossa irmã Luz, além de outros corpos celestes, são seres vivos?

A Terra, o Sol e a Luz fornecem todo o alimento, todos o abrigo, todo o calor, a luz e a energia que recolhem da fonte e repassam a cada homem, cada mulher, cada animal, cada planta, cada ser manifestado, na medida correta da sua necessidade, num processo ininterrupto e perfeito, todos os dias, o tempo todo. E não são seres vivos? Como absorvem e repassam toda a energia da vida? Alguns povos da Antiguidade, que deixaram fantástico legado de cultura e saber, tratavam a Terra, o Sol e a Lua bem melhor que nós, os civilizados do Século XXI.

Mas não é necessário culto ou sacrifício em favor dos irmãos astros, até porque isso não engrandece o Criador, apenas aquieta alegra a alma de quem o faz. O que dignifica a criação é a nossa participação consciente no seu processo infinito, sem fim nem começo, com todas as nossa experiências - melhor que sejam as mais altruístas. Essa participação consciente eleva-nos ao papel de co-criadores, que nos foi destinado desde o inicio e nos faz interagir com a mãe Terra, o irmão Sol e a irmã Lua, de igual para igual. Ao homem que readquirir essa consciência de co-criador, certamente, um mundo infinitamente mais bonito será revelado. Ele descobrirá, extasiado, a verdadeira Terra, o verdadeiro Sol, a verdadeira Lua, ou, o verdadeiro ser atrás de cada um. Amar a Terra, o Sol e a Lua, bem como toda a obra da Criação é um salutar exercício para a conexão direta com o Criador.

Em Deus não existe passado de culpa a resgatar, nem tampouco futuro a realizar. Somente o eterno agora. Assim sendo, é um espantoso desperdício de tempo linear, ou faz-de-conta, alimentar a culpa pelo erro de ontem e a promessa de corrigi-lo de hoje a sete dias. Nada existe fora do momento, além da fantástica ilusão que nos mantém reféns de um passado de erros e um futuro desconhecido, por isso mesmo atemorizante. DEUS É AMOR. Ele não criou o ódio nem a vingança, ou qualquer sentimento ruim. Tampouco vive nos espreitando para flagrar nosso erros, nossas falhas, sempre perdoadas, setenta vezes sete vezes, até atingirmos a perfeição. Aí então, o livre-arbítrio não será mais necessário, pois somente optaremos pelo AMOR. Isso é mesmo possível? Não há duvida. É apenas uma questão de tempo. Deus não é único no sentido da ilusão de que é uma pessoa que governa sozinho a criação. É único porque é a única realidade, que dá origem a todo o resto, o começo e fim de todas as coisas.
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[Texto de Luiz Henrique J.Almeida]
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ð Uma concepção errônea de Deus é o mais sério dos entraves de que alguém pode padecer [ C.W. Leadbeater]

ð O poder divino que está em todos nós não se oferece nem se recusa. Nós é que o assimilamos ou rejeitamos [Annie Besant]

ð Deus é absoluto e fora Dele nada existe. De tudo que há, nada existe que não tenha sido criado por Ele [Filosofia Seicho-No-Ie]

ð Deus é o mesmo para os habitantes da Terra e os de outros planetas deste universo, que Ele também criou [Asthar Sheran]

ð A busca de Deus é, em verdade a busca de nossas origens e destinos. Sem Ele, seja o que for, nada somos. [Erik Von Daniken]