30 de out. de 2009

Relação do Pensamento com a Energia e a Massa


Os meios científicos reconhecem apenas dois estados em nossa existência relativa: energia e massa. Estes dois estados, são bem fáceis de reconhecer, porque são estados exteriores da existência. Eles podem ser comprovados pelo uso dos cinco sentidos e por instrumentos desenvolvidos pelo homem. Alem disso, graças ao gênio de Einstein, a inter-relação entre energia e massa foi claramente estabelecida.

Transcendendo a percepção dos cinco sentidos, transcendendo as possibilidade de medição dos instrumentos tecnológicos do homem, há um outro estado de existência que não é reconhecido pela ciência e que é o terceiro estado e suporte final desta existência relativa. Trata-se, nada mais nada menos, de nosso mais intimo companheiro:
O PENSAMENTO.

O pensamento é o estado interior sutil que não pode sr comprovado pelo uso dos cinco sentidos, visto que ultrapassa as limitações desses sentidos. O pensamento encerra o processo e a intenção que os instrumentos dos homens não foram suficientemente sutis para captar plenamente. Mais importante ainda é o fato de que o pensamento é o meio de provar que a energia e a massa existem. Ele permanece sublime, porque a tendência do homem é de se perder no pensamento e não de analisá-lo objetivamente.

Físicos como Newton e Einstein podem alcançar algum conhecimento dos estados exteriores da existência, a energia e a massa. Entretanto, devemos nos voltar para os ‘místicos’ para obter algum conhecimento do estado interior e sutil conhecido como pensamento.

O PENSAMENTO É ANTECEDENTE
O AVATAR, KRISHNA disse: “Do meu pensamento saem os Sete Sábios, os Quatro Anciões e,enfim, os Manus; assim dou origem àqueles que geraram todas as crianças da terra”! Isto se deve a que, se esse Homem-Deus disse a verdade, o pensamento é a causa primeira da Criação e o suporte da energia e da massa. A afirmação de Krishna é justificada pela vida, as idéias e a filosofia dos místicos e dos avatares místicos.

Por toda a história, nas lendas antigas e nas teologias, os estados da energia e da massa foram considerados tradicionalmente como sujeitos aos controle [ao comando, mesmo] dos avatares místicos. Consta que o Cristo caminhou sobre água, Krishna sustentou uma montanha num dedo e Josué fez o Sol parar. Patânjali, um santo hindu, em seus aforismos sobre a ioga, explica que todos esses feitos miraculosos foram conseguidos pelo mecanismo da concentração do pensamento.

É difícil para o indivíduo comum, não instruído nos ensinamentos dos místicos, apreender o significado do poder do pensamento, porque seus próprios pensamentos também são limitados. Seu poder de pensamento poderia ser comparado ao da energia liberada numa reação química simples. Numa reação assim, embora haja conversão de massa em energia, essa conversão é tão pequena que não pode ser medida. Mas o pensamento do místico é como energia liberada numa explosão nuclear. Nesse caso a conversão da massa em energia é mensurável, mostrando por conseguinte uma relação da energia com a massa. Analogamente, observando-se o poder do pensamento de um místico, uma relação do pensamento para com a energia e a massa pode ser reconhecida.

Poder-se-ia opor o argumento de que essas façanhas miraculosas são mitos e não fatos. Não obstante, elas foram realizadas por indivíduos cujos nomes resistiram à prova do tempo graças a sua indubitável honestidade e a sua compaixão para com toda a Criação. Os verdadeiros místicos estão completamente em harmonia com suas ações e seu ‘leimotiv’, ao longo de toda a história, tem sido que a verdade é a única força que torna o homem livre! Toma-se evidente, estudando-se a vida e a obra dos grandes místicos que a energia e a massa estão baseadas no pensamento.


O pensamento é o estado de origem sutil dessa existência relativa. Passando do estado sutil ao estado grosseiro, a energia representa o estado intermediário e a massa o estado final. Mesmo assim, esses três estados ligados entre si e, em essência, essa existência relativa é UMA SÓ e não tripla. Assim como a molécula H2O é H2O seja sob a forma de vapor, de água ou de gelo, nossa existência relativa é uma só, seja pensamento, energia ou massa. Para fins de visualização, poder-se-ia considerar o pensamento como um vapor, a energia como um pensamento condensado, e a massa como a energia congelada.

Tendo assim colocado a pedra angular de nossa existência relativa, examinemos cada estado [massa,energia, pensamento]individualmente. Além disso, examinemos o paralelismo de suas qualidades especificas. Assim como a existência relativa é descrita em três estados, estes estão subdivididos em três qualidades principais. A massa existe como sólido, liquido e vapor; a energia como potencial, cinética e radiante; e o pensamento como razão, emoção e intuição. A tabela deste artigo mostra as qualidades de cada estado e de que maneira ele é paralelo a um outro.

QUALIDADES PARALELAS DOS ESTADOS DE EXISTENCIA.

MASSA ENERGIA PENSAMENTO QUALIDADES

Sólido Potencial Razão
Grosseiro
Potencia mínima
Frio
Limitado
imóvel


Liquido Cinética Emoção
Moderado
Potente
Quente
Vagamente Limitado
Movente


Vapor Radiante Intuição
Sutil
Mais potente
Muito quente
Move-se rapidamente


SUTIL...mas potente!
Nas qualidades paralelas, como nos estados de existência, vê-se que, quanto mais a forma é sutil, mais potente é a manifestação. Por exemplo, a intuição é mais potente que a radiação, por sua vez, é mais potente que o vapor. Além disso, quanto mais sutil é a forma, mais rapidamente ela se move. As moléculas de uma vapor são rápidas, mas não são tão rápidas como os ‘quanta da radiação’, que, por sua vez, nem se aproxima da velocidade quase instantânea dos “Shyama”, nome inventado para designar a substância que constitui o pensamento intuitivo. A intuição é a qualidade mais potente nos três estados de existência. É definida como o conhecimento direto, sem prova do pensamento e da dedução racionais.

Tendo postulado que o pensamento seria o terceiro estado de nossa existência relativa, poderá então ser definida a relação que une a energia à massa? Como o pensamento é o estado mais sutil e a energia vem logo a seguir, é lógico contar-se com uma relação entre estes dois estados. Tendo-se já estabelecido que a relação entre a energia e a massa se descreve segundo a equação estabelecida por Einstein e geralmente aceita, E = MC2.

A partir dos ensinamentos dos místicos, é claro que a intensidade do pensamento intuitivo está envolvida. Isto porque os parâmetros que associam o pensamento à energia são postulados como [1]o próprio pensamento e[2] a intensidade da intenção. Graças a análise dimensional, relações foram estabelecidas e as unidades do pensamento foram desenvolvidas e analisadas.

As unidades para o pensamento são bastante lógicas, uma imagem de duas dimensões mantida durante um período de tempo. Isso assume uma orientação a três dimensões quando vem de mais de um ponto. Uma analogia nos é fornecida pela visão. Na visão por um olha não há percepção de profundidade, mas na visão por dois olhos produz-se um efeito de triangulação que acarreta uma percepção de profundidade [ três dimensões]. Consideramos a totalidade do pensamento projetado quando mesmo pensamento sincronizado de toda a Criação penetra cada átomo de massa e cada quantum de energia criada: a única diferença sendo mais um ponto de perspectiva e de campo de visão.

Tendo apresentado o pensamento como a causa e a sustentação da energia e da massa, a questão seguinte é: de onde vem o pensamento? Já abordei essa questão no começo deste artigo, ms seja-me permitido agora examiná-la com mais detalhes.

O pensamento que criou, que mantêm e que um dia destruirá este universo, vem de Deus, do Cósmico. Deus é a Existência Absoluta [a existência que não muda nunca], que é a causa, a raiz e a sustentação da existência relativa em perpétua mudança. Além disso, é a Única Consciência-Conhecimento Pura. E ‘pura’, neste caso, significa EM SI MESMA. Há UMA SÓ Consciência que brilha por toda a Criação, mas, ao fazê-lo ela projeta a ilusão de uma multiplicidade de consciência.

A titulo de exemplo, consideremos a consciência como a luz que passa por um prisma. Embora seja a mesma consciência que a luz refrata através de um intermediário[o prisma], ela se divide em diferentes cores. Se a consciência nas cores especificas projetadas olha somente para o exterior, ela se vê como diferente das outras cores e assume uma individualidade. Disso resulta a ilusão de que há mais de uma única consciência projetada.

O fato e que a existência relativa está baseada no pensamento não é tão abstrato se examinamos uma de nossas próprias experiências pessoais. Todos sonhamos, e que é um sonho se não a invocação de um pensamento? Ao sonhar, podemos ter todas as percepções dos cinco sentidos. Muitas vezes é impossível para nós, enquanto estamos no estado de sonho, fazer a distinção entre o sonho e a realidade física. O sonho só é considerado irreal quando estamos ‘acordados’.

Deixem-me ilustrar isso em escala maior. Perguntaram ao Buda:”que és tu ”? Ele respondeu: “ eu estou desperto”! Assim como nos acordamos de um sonho, o estudante na Senda, o buscador místico, desperta do sonho físico e dos estados de sono profundo, para a consciência de sua verdadeira natureza pessoal, que é uma consciência pura unificada – a CONSCIENCIA CÓSMICA.

À medida que a Consciência brilha através das mais altas formas de vida ela se torna mais e mais consciente de si mesma. Então, no ápice da Criação, a consciência do homem místico se volta pra dentro pela técnica da meditação e se torna completamente consciente. O místico alcança o “summum bonum’ da vida, que é a consciência de que ele é uno com toda a Criação. Esta sabedoria suscita a afirmação mística:”o que fazes ao mais pequenino destes seres, é a mim que fazes”.

A inclusão do pensamento como um estado de origem da existência relativa fornece ao sábio uma solução para suas análises da energia e da massa que giram em circulo. Além disso, ela abre a perspectiva para a compreensão do infinito, do tempo, dos fenômenos psíquicos e de muitas outras coisas ainda sem explicação para o não-iniciado. A busca da ciência pura é a busca da verdade e Deus é a verdade. É por isso que a ciência do homem e Deus são perfeitamente compatíveis – uma senda que leva ao destino supremo!. A razão pela qual essa compatibilidade não foi reconhecida é que nenhuma ponte pôde ser encontrada ente a ciência e Deus. O pensamento é essa ponte!
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[Texto de R.A. Ashworth]