13 de jan. de 2010

NOSSA MENTE _



Podemos analisar o comportamento da mente humana sob inúmeros aspectos.

A psicologia considera que a mente possui estágios característicos e define o consciente, o subconsciente, o inconsciente, o subconsciente próximo, o inconsciente profundo, além de procurar definir as expressões do Ego e do Super-Ego.


Alguns, preferem, uma classificação mais simplificada: mente consciente, subconsciente ou mente inconsciente com estágio superior, chamada de mente cósmica.

A MENTE CONSCIENTE _ dirigi aquelas funções objetivas e subjetivas do SER: _ as funções objetivas são aquelas que nos coloca em contato com o mundo exterior, através dos cinco sentidos. É através dela que pensamos, analisamos, fazemos comparações, julgamos e raciocinamos, mantemos a memória dos fatos passados e sob uma forma geral, é ela que atua em nossas ações e reações da vida exterior. É o estágio que age quando estamos despertos, atentos e lúcidos, tendo sua sede na unidade cérebro cerebelo. As suas funções subjetivas são aquelas que administram o funcionamento automático de órgãos do corpo, sem necessidade de uma ação consciente sobre elas.

A MENTE SUBCONSCIENTE _
que também denominamos de inconsciente, reúne as funções das sensações ou impressões que nos afetam mais significativamente e, em especial, as emoções de amor, ódio, de medo e de dever - “Os quatro gigantes da Alma”, conforme o livro do Professor Emilio Mira Y Lopez. É o estágio da mente que funciona como um computador, registrando os fatos impressivos, e mais tarde, liberando-os de volta ao nível consciente. Atua sob muitas formas no comportamento individual e tem sua sede na glândula pineal circundada pelo tálamo e hipotálamo, no centro da cabeça.

A MENTE CÓSMICA _ reuniria as funções da mente que podem, em circunstancias especiais, harmonizar-se com a Mente Universal, possuindo então, nestes momentos, ilimitada capacidade de compreensão do Universo.

Esta harmonização pode ser feita em diversos níveis, embora não os classifiquemos em planos distintos, como muitas organizações costumam fazer.

Talvez, a melhor imagem que conhecemos para representar os diferentes estágios de atuação da mente, seria o do “Iceberg”.

“O Iceberg“ é um bloco de gelo que se desprende das calotas polares e flutua pelos oceanos até se liquefazer completamente, mantendo uma parte sobre a água e uma grande parte submersa. A parte externa representa a mente consciente e a parte submersa, não visível, a mente subconsciente. A água, substância de que é feito o gelo do “Iceberg”, e também é feito o oceano que o circunda, representa a Mente Cósmica Universal. Assim, nosso SER é constituído da essência da Mente Universal, que se expressa no mundo exterior, através da mente consciente. Para atingirmos o estágio da Mente Cósmica, devemos amortecer as funções da mente consciente e permitir que as funções do subconsciente se revelem, para conhecer os registros de nosso interior e num estado mental de relaxamento poder sentir as profundas impressões da Mente Total.

Duas situações bem distintas caracterizam a operação destes estágios da mente -. A Adormecida e a Despertada. Quando estamos despertos, há grande atividade da mente consciente, atuando objetivamente nos assuntos cotidianos. A mente consciente continua recebendo impulsos do subconsciente e é por isso que em determinadas situações expressamos agressividade, impulsos, mágoas ou as nossas emoções intrínsecas. Muitos destes impulsos são filtrados ao nível do consciente, sobretudo, quando revelam as fraquezas ou as deficiências que temos dentro de nós, e então são apresentados externamente sob uma roupagem valorizada. Nunca gostamos de revelar aos outros o que somos intimamente, e assim buscamos uma expressão mais aprimorada, mascarando os impulsos interiores de caráter negativo.

No estado adormecido há uma maior atividade do inconsciente. Reduzida a preponderância da mente consciente, pode a mente inconsciente revelar-se através de intuições e sonhos, trazendo-nos valiosas informações que se forem analisadas com critérios especiais, podem auxiliar-nos muito na solução dos problemas pessoais. Mesmo quando adormecido, as funções vitais do corpo, como a respiração, a circulação, a digestão e outras, prosseguem em operação, atuando em ritmo lento, sob a direção da mente subjetiva.

Nos casos de doenças mentais, inúmeras anomalias se manifestam como obsessões, depressões, paranóias, manias e outras, cujos tratamentos devem ser conduzidos por profissionais capacitados, mas que no momento, não serão abordados por nós.

Outra consideração significativa sobre o funcionamento da mente, refere-se às forças que conduzem praticamente as realizações do SER HUMANO; - uma delas reúne as funções da mente num sentido criativo, pensante ou mesmo meditativo, que reúne toda a força mental de que somos possuídos. A outra força, refere-se às forças instintivas do sexo. Ambas exercem notável influencia sobre o indivíduo. FREUD baseou muitas de suas conclusões dos estudos sobre a psicanálise neste segundo poder. Parece até que quando consideramos a existência destas duas forças, observamos que a conduta das pessoas oscila entre uma e outra. Se não mantivermos a mente ativamente ocupada com interesses ou valores dignos, a força sexual se torna mais influente na própria conduta pessoal.

Gostaria ainda de referir-me às prioridades que temos no atendimento das necessidades do indivíduo. Sabemos que ao termos uma necessidade pessoal satisfeita, começamos a buscar outras que desejamos alcançar. Foi Maslow quem relacionou a ordem dessas prioridades, que estimulam os nossos desejos, anseios e até preocupações.

Na ordem teríamos:

ð 1. necessidade = atendimento às necessidades psicológicas;
ð 2. necessidade = atendimento às necessidades de segurança;
ð 3. necessidade = atendimento às necessidade de reconhecimento social;
ð 4. necessidade =atendimento às necessidades de liderança pessoal;
ð 5. necessidade = atendimento aos anseios do Ego, de realização plena.

Maslow considerava que esta hierarquização das necessidades do SER humano se processa na ordem seqüencial estabelecida. Isto é, não se poderia tentar satisfazer-se as terceiras ou quartas necessidades, sem que antes as exigências do primeiro e segundo estágio fossem atendidas. A imagem mais expressiva desta hierarquia das necessidades é a história de Robson Crusué, náufrago britânico que veio arribar em uma ilha.

Após o naufrágio, nadou por muito tempo até chegar à ilha e excessivamente cansado, dormiu na areia, satisfazendo sua primeira necessidade fisiológica. Ao acordar, tomou conhecimento de sua situação, alimentou-se do que encontrou e partiu para satisfazer sua segunda necessidade, iniciando a construção de uma abrigo sobre uma elevada árvore. Dali, podia observar o que ocorria à sua volta e desfrutava de proteção contra o desconhecido, animais ou silvícolas da ilha.

Terminada a casa, seus anseios voltaram-se para o conhecimento da ilha e dos seres que lá habitavam. Progressivamente conseguiu aproximar-se e ser aceito por todos, satisfazendo esta necessidade, e recebendo um reconhecimento social. A seguir, verificando que pela sua educação, possuía mais conhecimento do que os outros, sua insatisfação volta-se para a conquista do poder e consegue tornar-se governador da ilha. Muitos anos após, ao chegar um navio à ilha, não resiste ao chamamento interior, embarca e retorna ao seu país de origem, satisfazendo seu EGO e passa a viver despreocupado e tranqüilo, com a última das ansiedades de seu SER atendida.

Como lembrete final, destacamos que o trabalho mental deve ser realizado em nível de consciente, estando em operação normal as funções da mente e as aspirações psíquicas. Basicamente, que cada estudante, busque ouvir o seu interior para conhecer os registros e impressões que lá estão presentes, podendo assim balisar muitas ações de seu comportamento da mente consciente.
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[Texto de Charles Vega Parucker]