27 de abr. de 2010

Física Atual – Ciência ou Filosofia



No berço, a ciência, nascida que foi da filosofia, tinha no seu acervo bastante conhecimento intuitivo, e os contatos objetivos não eram mais do que os necessários à comprovação da lei natural intuída. Mas cresceu, ganhou corpo e desligou-se de sua mãe, chegando até a impedir que ela tivesse ingresso no seu santuário. Pois ciência era resultado d observações metódicas, medidas precisas e equações matemáticas; não havia lugar para medições filosóficas ou verdades intuídas.

Com o advento da TEORIA DA RELATIVIDADE, de Einstein, e as descobertas de partículas duais no domínio do átomo, sta posição foi abalada. O espírito especulativo não é estranho à ciência de hoje. Admitimos que grande parte do trabalho prospectivo requer simplesmente medidas cuidadosas e pensamento lógico. No entanto, os avanços mais importantes têm surgido invariavelmente de intuição súbita, e, nestes casos, o trabalho do cientista não difere do de um escritor, pintor ou compositor.

A ciência atual não constitui a verdade última, mas responde a um número muito maior de fatos experimentais e, embora possa ter limites, ainda não vislumbramos. O seu relacionamento com a verdade, como entendida pela filosofia, não é essencial, pois uma dada lei natural atua independentemente da exatidão ou precisão do modelo cientifico que a descreve. A partir do momento que colocamos os estímulo corretos na ordem certa, conscientemente ou não, a lei atua, não porque o modelo cientifico está correto, mas sim porque a lei natural age independente de nossa vontade e conhecimento. Isso acontece por entendermos que ciência é um conjunto, organizado de forma metódica e sistemática, de descrições da natureza de acordo com modelos criados pelo homem.

Em que ponto estamos? Será lítico pensar que passou o tempo das surpresas e das descobertas? Temos certeza que não, pois nunca sabemos o que omitimos, até que se torne de fato evidente.

Ainda existem questões não respondidas de forma totalmente convincente. Por exemplo, levantamos um lápis, o mesmo adquire energia denominada potencial. Onde está armazenada essa energia? Nas moléculas do lápis, no campo gravitacional entre o lápis e a Terra? Não sabemos, podemos apenas especular. Outra: o principio da conservação da carga elétrica estabelece que estas não podem ser criadas ou destruídas, embora iguais quantidades de carga positiva e negativa possam ser simultaneamente criadas por separação! Separadas de onde? Quanta energia é necessária para reunir duas meias cargas criando uma? Podemos intuir – surgem do Um, que é positivo e negativo, e no ato da criação surgem ambas as polaridades. Mas isto é intuição, ou melhor, verdade mística. Introduzimos na ciência conhecimento místico! Este, no nosso entender, é o caminho.

Como vemos, não conhecemos nem compreendemos realmente o Universo em que vivemos. Hoje duas TEORIAS se salientam – a da Relatividade e a Quântica.

Ambas se mantêm incólumes, mas governam domínios diferentes. A matéria, como um todo, a descrevemos com Gravidade e a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, as quais têm-se mostrado bem convincentes. O mundo atômico é descrito pela Tória Quântica da matéria e radiação. Uma teoria para o macro e outra para o micro! Até quando irá permanecer esta separação? Têm-se realizado muitas tentativas para unificar estas duas teorias, mas as dificuldades são enormes, por serem diferentes em espírito. A teoria exposta por Einstein acrescentou o tempo às três dimensões físicas do espaço e relacionou-as com a velocidade, e a matéria passou a ser uma perturbação no ‘continuum’ espaço-tempo. A Teoria Quântica aboliu o termo ‘é’ e recusa-se a descrever a realidade, oferecendo simplesmente a previsão dos resultados de nossos experimentos, ou seja, vivemos no mundo do ‘é provável’.

Para o físico moderno a sua realidade é diferente de sua percepção, sendo esta função do espaço-tempo, que por sua vez depende da velocidade; além dessa dualidade existe a do campo-matéria. Podemos citar a opinião de James Jean, astrônomo e matemático, como exemplo desta nova posição: “A tendência da Física moderna é reduzir o Universo inteiro a ondas e exclusivamente a ondas. Essas ondas são de duas espécies: ondas cativas, que chamamos matéria, e ondas livres, que denominamos irradiação, ou luz. Estes conceitos reduzem o Universo inteiro a um mundo de luz potencial ou real”.

Releiam esta citação, substituindo o termo onda por vibração.

Esta sempre foi a posição mística. Portanto, os próximos passos da Física a levam de volta a sua origem – a filosofia – ou, como achamos melhor, ela nunca esteve fora de sua origem, pois o conhecimento é um, as separações e rótulos são arbitrários e impostos por nós na nossa limitada visão do mundo.
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[Texto de Jorge Monteiro Fernandes].

Pelo Poder ...


Era comum os antigos governantes abrirem um decreto com as palavras: “Pelo poder a mim conferido, decreto que...”. A idéia por trás dessa frase e de frases análogas era a de que, pelo poder decorrente do cargo exercido, o governante decretava que certas coisas fossem feitas.

É notável o fato de que na maioria dos casos esses governantes não tinham outro poder de impor seus decretos ou exigir resultados além do das forças armadas. Individual e pessoalmente, raras vezes possuíam suficiente capacidade física ou mental para combater os ataques do menor de seus servos. Mas tão grande era o poder do cargo e da autoridade, que as nações muitas vezes tremiam de medo ante um decreto.

Esses autocratas, seguros em sua fortaleza protegida e onipotentes com um poder alheio ao seu próprio ser, às vezes viam-se dominados pela influência controladora duma mente poderosa.

Através da História constatamos registros de conquistas extraordinárias e de vitórias maravilhosas de homens e mulheres que possuíam e exerciam um poder que não era físico e que não dependia do organismo. Tais pessoas dominaram reis, potentados e governantes, e dominaram nações e impérios com sua personalidade magnética e com um poder invisível aliado à capacidade de conseguir realizar seus desejos.

Que é esse poder e de que modo pode ser exercido?

Em primeiro lugar, devemos compreender que o poder maior e mais extraordinário deste lado do círculo cósmico reside no próprio ser espiritual do homem. Qualquer poder ou capacidade física que o homem herde de ancestrais saudáveis, e qualquer poder que adquira ou desenvolva em seu corpo físico, a direção e o exercício do poder depende, afinal, da mente em seu corpo.

Aliás, a mente do homem possui a capacidade e a função natural de atrair para si, a seu auxilio e necessidades, um poder que às vezes o homem pouco compreende.

O homem essencialmente é uma contraparte de Deus – criado à semelhança espiritual de Deus. A certo grau, Deus conferiu ao homem SEU poder diretivo e criativo.

Consideremos analiticamente a questão. Temos o corpo físico do homem: argila, o ‘sal da terra’, um conjunto extraordinário de órgãos, um mecanismo maravilhoso. Por si mesmo e em si mesmo, o corpo não possui nem mesmo força suficiente para manter juntas suas células individuais ou para manter-se ereto sem o poder que reside somente na consciência espiritual ou no corpo psíquico dentro do corpo físico.

O corpo psíquico, invisível para a maioria e reconhecido por poucos, é o poder divino, o único poder que o homem possui. O corpo físico é seu mero instrumento, seu mecanismo grosseiro, para a realização de apenas algumas das atividades que deveriam constituir ocupação do homem.

Podemos comparar essa combinação aos grandes motores elétricos de grandes fábricas. O criador desses motores trabalhou cuidadosa e diligentemente para projetar e elaborar as minúcias mecânicas e técnicas,acrescentando até beleza e graça à aparência, mas tendo sempre em mente dois objetivos fundamentais: que o motor deveria funcionar adequadamente e que seria o instrumento de poder a ser nele infundido quando estivesse terminado.

A VITALIDADE É INSUFICIENTE

Mas enquanto percebeu que nenhum motor é maior que o poder que opera através dele, o homem passou a considerar seu corpo, e suas demonstrações de poder, como uma criatura independente, que possui em sua constituição física um poder que não se relaciona com a fonte divina de todo o poder.

Na verdade, o homem percebeu que suas capacidades pessoais e suas atividades físicas dependem da vida, daquela energia misteriosa que distingue os seres animados dos inanimados. Mas raramente ele percebe que a vida, como uma vitalidade do corpo, não é o poder diretor que lhe confere seus outros poderes. Pensem num corpo humano num estão inconsciente. A vida, como vitalidade, como energia e ação química, ainda está presente; mas o homem é impotente. A vida, como vitalidade do corpo, não basta para fazer do homem um ser poderoso em toda a sua Herança Divina.

A mente, o segmento inseparável da Vontade Divina, que reside no homem como principio criativo, deve operar para que o homem possa utilizar e demonstrar o seu real poder.

O homem tem a capacidade de dirigir seu maravilhoso poder criativo, em ondas invisíveis, a todas as áreas do corpo e a todos os pontos exteriores do corpo. Quando decidimos pegar uma caneta de cima da escrivaninha, nossa mente dirige aos músculos do braço e dos dedos o poder de fazê-los se mover. Maior poder é dirigido a essas partes quando decidimos levantar um objeto que pese cinqüenta quilos.

Quando o homem pensa, medita, visualiza e cria imagens mentais, está dirigindo ondas de poder criativo a seus centros mentais. Essas ondas são ondas de energia e poder. Elas podem ser dirigidas a um ponto exterior à consciência de modo mais uniforme e seguro que as ondas de rádio podem ser dirigidas duma estação transmissora.

Mas, repetimos, só poucos reconhecem e apreciam esse fato, disso decorrendo à crença errônea de que o poder físico demonstrado pelo corpo é o único poder que o homem possui e o único modo pelo qual o poder pessoal pode se manifestar.

Quando o homem reconhecer que pela concentração da mente num ponto, num principio, num desejo se irradiando a esse ponto um poder dotado de natureza criativa, pensará mais cuidadosamente, mais construtivamente e mais eficientemente. Então, a semelhança e imagem de Deus despontará na consciência do homem, para sua maior glória e para a eterna adoração do seu Criador.
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[Texto de H.S.L]